4 - Tipos e habitats de onde VIERAM as plantas...

Todas as pessoas geralmente gostam de plantas e principalmente das plantas com flores que não são comuns do dia a dia. Algumas preferem as Cattleyas, outras Laelias, Dendrobiuns, Phalaenopsis e etc., e o meio mais rápido de se obter estas plantas, certamente é de compra-las já com flores formadas.

Chegando em casa, coloca-se o vaso no local que mais nos agrada, ou o mais vistoso (temos que mostrar aos amigos a nova maravilha !!!) ou na estufa, juntamente com outras tantas plantas da coleção.

Depois de mais de 1 ano, sempre ansioso e olhando para as plantas, perguntamos, cadê as novas flores ?

Pois é, neste caso, esquecemos do primordial e mais importante, sabermos DE ONDE ELAS VIERAM....

Podemos verificar em vários Sites de Orquídeas ou livros especializados, as famílias de Orquídeas e seu habitat natural, altitude, temperatura, umidade (clima de montanhas ou chapadas), isto quando a planta é natural.

Se as plantas são originarias de hibridações (propagação por meristemas, laboratórios, cruzamentos) já não teremos tanta preocupação, pois estas já são mais aclimatadas, isto e', já não dependem tanto de seu estado natural, levando pouco tempo para se adaptar ao novo lar. Para relatar um pequeno caso, teve um colecionador novato no ramo, que todo satisfeito, dizia ter adquirido uma cattleya da Amazônia, quase divisa com a Colômbia, trazida por um piloto que andou pela região.

Passados alguns meses, verificou que a planta estava cada vez mais feia, embora todo o tratamento especial que lhe foi dispensada , não estava adiantando. Indagou com vários amigos, e calhou de me conhecer.

Perguntei onde estava a planta e como havia tratado, e para minha surpresa, esta planta que saiu de um clima úmido, quente e de floresta, estava pendurada na área de serviço de seu apartamento, no decimo andar, de frente para o nascer do sol, sem nenhuma proteção, mesmo de janelas de vidro, para proteção das ventanias. Ë lógico, disse eu, jamais esta planta vai se aclimatar com tremenda mudança de clima e ambiente, pois na floresta, ela tem a proteção de outras arvores, sombra e umidade, que a vários anos ela se acostumou, sendo protegida de ventanias e mudanças bruscas de temperatura.

Depois de muita explicação e conversa, ele ficou entendendo o inicio de uma coleção de plantas, sem destrui-las com o gosto próprio.

Verificando as literaturas existentes, verificamos que desde idos de 1780, vários garimpeiros de orquídeas, vindos da Europa, levavam centenas de plantas para seus súditos, sem terem a menor preocupação com o clima e seus habitats, e quando as plantas lá chegavam, a maior parte era perdida, pois o tempo de viagem e o clima totalmente desfavorável, faziam o seu descarte. Só depois de muitos anos, os proprietários mais dedicados, começaram a construir pequenos cômodos totalmente envidraçados, (estufas) para tentar fazer lá dentro o clima mais próximo possível de seu habitat no Brasil. Surgiram então, os mais dedicados ao estudo das orquídeas, onde deu inicio ao batismo das plantas, com o nome de quem as colecionava, e não ao nome original no Brasil, que alias, ninguém havia se dedicado na época.

Como ponto fundamental, ao adquirirmos uma planta não híbrida, verificarmos se o ambiente em que ela ficará, corresponde ao clima e ambiente que a planta esta acostumada, para não ficarmos anos olhando para uma planta sofrida, e sem vida.

Edison D. Werneck, 60